16 de novembro de 2012- o dia do tornado de Silves

O dia 16 de novembro de 2012 ficou marcado na história da Freguesia de Silves. Foi neste dia que um “fenómeno meteorológico extremo”, vindo do mar, da zona de Carvoeiro, atingiu a cidade e estendeu-se serra adentro.

O fenómeno formou-se no mar, a cerca de 7 quilómetros da Praia do Carvoeiro, onde chegou às 13h30, passou por Silves às 13h40 e só parou em São Marcos da Serra às 14h00.

Em Silves, a zona mais atingida, as rajadas de vento, entre 256 quilómetros por hora e 295 quilómetros por hora, com uma largura de danos entre os 100 e os 300 metros,  foram imparáveis no seu poder de destruição.

Quando o tornado saiu da cidade, esta estava num estado caótico, com árvores de grande porte arrancadas pela raiz, casas e estabelecimentos comerciais sem telhados nem janelas, vidros e estruturas destruídas. Uma imagem que ficou para sempre marcada, foi a da destruição sofrida na zona ribeirinha de Silves, onde várias autocaravanas que ali se encontravam foram arrastadas, levantadas no ar a uma altura a rondar os 4 metros, e projetadas contra o solo provocando 13 feridos, três deles com gravidade, vindo mais tarde um deles a falecer.

Mais de 5.000 pessoas ficaram sem eletricidade e a queda de árvores obrigou à interrupção da circulação dos comboios junto a São Marcos da Serra, freguesia que também sofreu prejuízos.

O tornado fez muitos estragos em edifícios públicos, causando prejuízos muito avultados e dificuldades às entidades atingidas, que levaram muito tempo a recuperar. O estádio e pavilhão do Silves Futebol Clube foram muito atingidos, com cadeiras arrancadas e a pala destruída; as Piscinas Municipais ficaram sem telhado, uma situação idêntica à que aconteceu no edifício da Câmara Municipal de Silves, que viu voar a cúpula do telhado, em ferro e vidro, o que provocou danos muito graves no interior, nos gabinetes de trabalho. Também o infantário da Santa Casa de Misericórdia teve de ser encerrado devido aos danos sofridos.

No dia seguinte ao tornado, Silves e Lagoa receberam a visita do ministro da Administração Interna e do secretário de Estado da Administração Local que garantiram o apoio do Governo, para a reconstrução das estruturas afetadas, compreendendo de imediato que os meios financeiros das autarquias não seriam suficientes para fazerem face aos prejuízos.

Excluindo o caso de pessoas ou entidades que não tinham seguro, soube-se depois que as seguradoras calcularam em mais de 5 milhões de euros os prejuízos provocados pelo “tornado de Silves”, nesta freguesia e em Lagoa. Foram feitas 500 participações aos seguros multirriscos habitação, na ordem dos 1,8 milhões de euros; 50 participações aos seguros multirriscos comércio e indústria, na ordem dos 400 mil euros; e 130 participações aos seguros de automóveis, na ordem dos 500 mil euros. Nos edifícios públicos de Silves, a autarquia calculou em 1,6 milhões o total do prejuízo.

Uma nota muito positiva que se destaca desses dias, foi a forma como toda a cidade se mobilizou para a ação de limpeza que a Câmara Municipal organizou no dia 18 de novembro e que contou com a participação dos funcionários da autarquia e da Junta de Freguesia de Silves e de centenas de voluntários, muitos deles vindos de outras freguesias.

Depois, pouco a pouco, a cidade reconstruiu-se. Mas ao assinalarmos o 11º aniversário deste acontecimento, queremos lembrar esse dia, agradecendo a quem prestou ajuda nesses momentos, desde os serviços de socorro e proteção civil que foram incansáveis, aos cidadãos que foram solidários com o vizinho ou amigo. É nas horas difíceis que temos de estar unidos e Silves esteve, nos dias a seguir ao tornado. Obrigado a todos.

 

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